Comunicação para cegos e surdos é tema de campanha criada por futuros publicitários
A ação visa convocar comunicadores cearenses a se engajarem na construção de uma comunicação mais acessível e inclusiva
Estudantes da disciplina de Laboratório de Publicidade e Propaganda do Curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizam, entre os dias 24 de maio e 20 de junho, uma campanha voltada a comunicadores em geral, como publicitários, jornalistas e fotógrafos sobre a necessidade de produção comunicacional acessível a deficientes visuais e auditivos.
Pensar em acessibilidade é garantir a inclusão de todos em qualquer ambiente, atividade ou uso de recurso. No Brasil, o Decreto n° 5296 no artigo 8º em seu item D classifica como barreira comunicacional: “qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação”.
A campanha “ComTato” nasce em um contexto onde mais de 16 milhões de pessoas vivem com uma dessas deficiências no Brasil. Essa parcela da sociedade é excluída pela falta de conteúdo acessível nas peças publicitárias, nas fotografias ou nas produções do jornalismo.
A servidora da Secretaria de Acessibilidade da UFC, Carlizete Campos relatou aos membros da equipe algumas das suas dificuldades de acesso na condição de pessoa cega: “A gente pode ter acesso à comunicação pela TV, computador, celular, mas para mim, como pessoa com deficiência visual, nem todos esses meios são acessíveis. Quando tento acessar algo no computador como o Facebook, um site de um jornal ou algum outro site que me traga a informação que desejo encontrar, sempre encontro algum banner que não está com nenhuma informação textual ou alguma imagem que também não tem nenhuma descrição.”
O professor do Curso de Letras Libras, Rundesth Saboia, ao falar da sua condição de surdo também apontou alguns problemas que enfrenta para entender os conteúdos veiculados na mídia: “Vejo muitas barreiras nos telejornais, pois preciso saber das notícias, mas a legenda é incompleta, muito rápida e fica difícil acompanhar. Então o ideal seria a janela de LIBRAS, inclusive, em um contexto que no Brasil muitos surdos não têm acesso ao português, causando uma dependência dos familiares ou dos intérpretes para saber o que está acontecendo.”
A campanha conta com um site (www.sintacomtato.ufc.br) que traz abas informativas de como as agências e veículos podem tornar suas comunicações mais acessíveis, veiculação de vídeos com depoimentos, postagens informativas nas principais redes sociais e a realização de uma ação de divulgação em redações jornalísticas e agências de publicidade de Fortaleza.
Segundo a professora e orientadora do trabalho, Glícia Pontes, “a iniciativa defende a comunicação como um direito e tem o objetivo de provocar os(as) comunicadores(as) a pensar em como os conteúdos produzidos são quase sempre inacessíveis para cegos e surdos”.
A equipe realizadora é composta pelas alunas Ana Carolina Pontes, Ananda Karen Leal, Isabela Horácio, Joyce Rocha e pelos alunos Leonardo Fernandes, Marden Sales e Wesley Bernardo. O trabalho conta com o apoio da Secretaria de Acessibilidade da UFC e o grupo Pró-inclusão.
Comunicação para cegos e surdos é tema de campanha criada por futuros publicitários
KAROLINE Comunicação 0 Comentário 2107 Visualizações
Comunicação para cegos e surdos é tema de campanha criada por futuros publicitários
A ação visa convocar comunicadores cearenses a se engajarem na construção de uma comunicação mais acessível e inclusiva
Estudantes da disciplina de Laboratório de Publicidade e Propaganda do Curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda da Universidade Federal do Ceará (UFC) realizam, entre os dias 24 de maio e 20 de junho, uma campanha voltada a comunicadores em geral, como publicitários, jornalistas e fotógrafos sobre a necessidade de produção comunicacional acessível a deficientes visuais e auditivos.
Pensar em acessibilidade é garantir a inclusão de todos em qualquer ambiente, atividade ou uso de recurso. No Brasil, o Decreto n° 5296 no artigo 8º em seu item D classifica como barreira comunicacional: “qualquer entrave ou obstáculo que dificulte ou impossibilite a expressão ou o recebimento de mensagens por intermédio dos dispositivos, meios ou sistemas de comunicação, sejam ou não de massa, bem como aqueles que dificultem ou impossibilitem o acesso à informação”.
A campanha “ComTato” nasce em um contexto onde mais de 16 milhões de pessoas vivem com uma dessas deficiências no Brasil. Essa parcela da sociedade é excluída pela falta de conteúdo acessível nas peças publicitárias, nas fotografias ou nas produções do jornalismo.
A servidora da Secretaria de Acessibilidade da UFC, Carlizete Campos relatou aos membros da equipe algumas das suas dificuldades de acesso na condição de pessoa cega: “A gente pode ter acesso à comunicação pela TV, computador, celular, mas para mim, como pessoa com deficiência visual, nem todos esses meios são acessíveis. Quando tento acessar algo no computador como o Facebook, um site de um jornal ou algum outro site que me traga a informação que desejo encontrar, sempre encontro algum banner que não está com nenhuma informação textual ou alguma imagem que também não tem nenhuma descrição.”
O professor do Curso de Letras Libras, Rundesth Saboia, ao falar da sua condição de surdo também apontou alguns problemas que enfrenta para entender os conteúdos veiculados na mídia: “Vejo muitas barreiras nos telejornais, pois preciso saber das notícias, mas a legenda é incompleta, muito rápida e fica difícil acompanhar. Então o ideal seria a janela de LIBRAS, inclusive, em um contexto que no Brasil muitos surdos não têm acesso ao português, causando uma dependência dos familiares ou dos intérpretes para saber o que está acontecendo.”
A campanha conta com um site (www.sintacomtato.ufc.br) que traz abas informativas de como as agências e veículos podem tornar suas comunicações mais acessíveis, veiculação de vídeos com depoimentos, postagens informativas nas principais redes sociais e a realização de uma ação de divulgação em redações jornalísticas e agências de publicidade de Fortaleza.
Segundo a professora e orientadora do trabalho, Glícia Pontes, “a iniciativa defende a comunicação como um direito e tem o objetivo de provocar os(as) comunicadores(as) a pensar em como os conteúdos produzidos são quase sempre inacessíveis para cegos e surdos”.
A equipe realizadora é composta pelas alunas Ana Carolina Pontes, Ananda Karen Leal, Isabela Horácio, Joyce Rocha e pelos alunos Leonardo Fernandes, Marden Sales e Wesley Bernardo. O trabalho conta com o apoio da Secretaria de Acessibilidade da UFC e o grupo Pró-inclusão.
Serviço:
Campanha ComTato - de 24 de maio a 15 de junho (www.sintacomtato.ufc.br)
Facebook: @sintacomtato ou https://www.facebook.com/sintacomtato/
Instagram: @sintacomtato
Linkedin: Comtato ou https://www.linkedin.com/company/comtato/
Contato: (85)9 9985.1388 - Glícia Pontes (Profa. do Curso de Comunicação Social - Publicidade e Propaganda)
Seja o primeiro a comentar esse post! Faça seu Login!